O Supremo Tribunal Federal do Brasil condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, uma decisão histórica que gerou divisões no país e uma forte reação da administração Trump, elevando a tensão entre Brasília e Washington. Por uma maioria de quatro votos contra um, o STF considerou Jair Bolsonaro culpado de cinco crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito e golpe de Estado, relacionados com os eventos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, a 8 de janeiro de 2023. A pena de 27 anos e 3 meses, com 24 anos em regime fechado, foi recebida com celebrações por opositores e promessas de luta por uma amnistia por parte dos seus apoiantes.
A defesa de Bolsonaro classificou as penas como "absurdamente excessivas e desproporcionais" e anunciou que irá recorrer, "inclusive no âmbito internacional".
A condenação teve repercussões imediatas nas relações com os Estados Unidos.
O Presidente Donald Trump declarou-se "surpreso" com a decisão, descrevendo Bolsonaro como um "bom homem" e comparando o processo a uma "caça às bruxas" semelhante à que alega sofrer.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, foi mais longe, prometendo que "os Estados Unidos responderão em conformidade a esta caça às bruxas".
Em resposta, o governo brasileiro afirmou que não se deixará intimidar por ameaças e defenderá a sua soberania.
O caso solidifica a polarização no Brasil e cria um novo e complexo foco de tensão diplomática entre as duas maiores economias do continente americano.
Em resumoA condenação de Jair Bolsonaro a uma longa pena de prisão por tentativa de golpe de Estado representa um marco para a democracia brasileira, mas também desencadeou uma crise diplomática com os Estados Unidos, que ameaçaram com retaliações, intensificando a polarização interna e externa.