A crise foi desencadeada por uma controversa lei que visava proibir redes sociais, catalisando um descontentamento generalizado contra a corrupção. A revolta, liderada por um movimento de jovens autointitulado "Geração Z", começou como um protesto contra uma lei que proibia 26 plataformas de redes sociais. A repressão policial violenta, que causou a morte a dezenas de manifestantes, incendiou os ânimos, transformando o movimento numa contestação generalizada contra um governo considerado "corrupto e ilegítimo".

Os manifestantes atacaram e incendiaram edifícios simbólicos do poder, como o parlamento, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial.

A violência alastrou-se a prisões, resultando na fuga de mais de 13.500 reclusos, e a residências de figuras políticas.

Perante o colapso das infraestruturas e a paralisação do país, o primeiro-ministro KP Sharma Oli demitiu-se.

Após negociações mediadas pelo exército, o presidente Ramchandra Paudel dissolveu o parlamento e anunciou eleições gerais para 5 de março de 2026.

Sushila Karki, antiga presidente do Supremo Tribunal e conhecida pela sua postura anticorrupção, foi nomeada primeira-ministra interina, tornando-se a primeira mulher a chefiar o governo do Nepal, numa tentativa de restaurar a estabilidade.