Numa carta tornada pública, cinco peritos da ONU expressaram “grave preocupação” com as leis chinesas que, desde 2007, dão ao Estado o poder de vetar ou autorizar a reencarnação de líderes budistas.

Consideram que estas normas “minam o direito à liberdade de religião e crença” e violam o direito internacional.

A ONU foi clara ao afirmar que “a pessoa que reencarna tem a única autoridade legítima sobre onde e como renasce e como essa reencarnação deve ser reconhecida”. O atual Dalai Lama, que celebrou 90 anos, já tinha desafiado Pequim ao confirmar que a sua instituição continuará após a sua morte e que apenas o seu círculo de confiança terá autoridade para encontrar o seu sucessor.

A comunicação da ONU também exigiu informações sobre o paradeiro de Gedhun Cheokyi Nyima, reconhecido em 1995 como o XI Panchen Lama e desaparecido desde então, após ter sido detido pelas autoridades chinesas.

A interferência de Pequim na sucessão é vista pela Administração Central Tibetana como um ataque ao “coração da liberdade religiosa do povo tibetano”, que rejeitará qualquer candidato imposto pela China.