A Comissão Europeia adotou o 19.º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui uma medida histórica para proibir todas as importações de gás natural liquefeito (GNL) russo até ao final de 2026. Esta decisão visa cortar uma importante fonte de financiamento da guerra na Ucrânia e acelerar a independência energética da União Europeia. A nova ronda de sanções, apresentada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e pela chefe da diplomacia, Kaja Kallas, estabelece o prazo de 1 de janeiro de 2027 para a eliminação progressiva do GNL russo. "É altura de fechar a torneira", reforçou Von der Leyen.
A medida afetará diretamente oito Estados-membros que ainda importam gás russo, incluindo Portugal, Espanha, França, Bélgica e Países Baixos.
O pacote visa também combater a evasão às sanções, abrangendo transações que recorram a criptomoedas.
A decisão surge num contexto em que países como a Hungria e a Eslováquia, que continuam a receber gás russo por gasoduto, têm manifestado resistência a sanções energéticas mais duras. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, já anunciou que o país vetará as próximas sanções até que a Comissão apresente objetivos climáticos que conciliem as necessidades da indústria.
Adicionalmente, a UE propõe a criação de um "empréstimo de reparação" para a Ucrânia, utilizando os saldos de caixa gerados pelos ativos soberanos russos congelados, sem, no entanto, confiscar os ativos em si.
Em resumoO 19.º pacote de sanções da UE representa uma escalada significativa na pressão económica sobre a Rússia, com a proibição do GNL a marcar um passo decisivo para a autonomia energética do bloco. A medida, juntamente com o combate à evasão de sanções e a proposta de usar ativos russos para a reconstrução da Ucrânia, demonstra a determinação europeia, apesar das divisões internas e dos desafios que impõe a países como Portugal.