Milhares de manifestantes saíram às ruas de Manila, capital das Filipinas, para protestar contra um escândalo de corrupção em grande escala, envolvendo projetos de controlo de cheias, o que resultou em confrontos com a polícia e elevou a tensão social no país. A indignação popular foi despoletada pela revelação de que projetos de infraestruturas anti-inundações, avaliados em milhões de euros, nunca foram concluídos ou revelaram-se de baixa qualidade, resultando em perdas significativas para o erário público. Os protestos, que reuniram cerca de 13 mil pessoas no Parque Luneta, em Manila, foram marcados por confrontos violentos com as forças de segurança.
Os manifestantes exigem a devolução dos fundos desviados e a condenação dos responsáveis.
A estudante de enfermagem Aly Villahermosa classificou o desvio de fundos como "verdadeiramente vergonhoso", questionando: "Se há orçamento para projetos-fantasma, porque é que não há orçamento para o setor da saúde?".
A situação é particularmente sensível, pois as manifestações ocorrem numa rua historicamente associada aos protestos que levaram à deposição de Ferdinand Marcos, pai do atual presidente, em 1986.
O Presidente Ferdinand Marcos Jr. já ordenou uma investigação sobre o caso e apelou para que os protestos sejam pacíficos, mas a crescente fúria popular, num país frequentemente atingido por tufões e cheias, representa um sério desafio para o seu governo.
Em resumoA indignação com um escândalo de corrupção ligado a projetos de controlo de cheias levou milhares de filipinos às ruas de Manila. Os protestos, que resultaram em confrontos com a polícia, exigem responsabilização pelo desvio de fundos públicos e refletem um crescente descontentamento social, numa altura em que o país se prepara para a chegada de um tufão.