A pressão diplomática sobre Israel intensificou-se na última semana, com a Eslovénia a declarar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu 'persona non grata' e a Comissão Europeia a propor a suspensão de concessões comerciais, na sequência de um relatório da ONU que classifica as ações israelitas em Gaza como genocídio. A escalada da condenação internacional surge após uma comissão de investigação independente das Nações Unidas ter concluído que os abusos cometidos por Israel na Faixa de Gaza são de natureza genocida. Esta conclusão serviu de base para a decisão da Eslovénia, que, segundo o seu governo, "confirma o compromisso com o direito internacional, os valores universais dos direitos humanos e uma política externa baseada em princípios e coerente". A medida, que já tinha sido aplicada a ministros israelitas de extrema-direita, foi justificada pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros eslovena, Neva Grasic, que sublinhou que a decisão "não é contra o povo israelita".
Na mesma linha, a Comissão Europeia propôs a suspensão de disposições comerciais do Acordo de Associação UE-Israel, citando a violação de elementos essenciais do acordo relacionados com os direitos humanos. A esta pressão juntaram-se vozes influentes como a do rei Filipe VI de Espanha, que na ONU implorou a Israel que termine "com o massacre" em Gaza, e a do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, que acusou Israel de cometer "um crime de guerra e um crime contra a humanidade que ficará nos livros de História".
Netanyahu, por sua vez, criticou os países que reconheceram o Estado da Palestina, considerando a decisão censurável.
Em resumoA crescente condenação internacional, materializada em ações diplomáticas e propostas de sanções por parte de nações e blocos como a Eslovénia e a UE, reflete um isolamento cada vez maior de Israel. As acusações de genocídio por uma comissão da ONU e as duras críticas de líderes mundiais aumentam a pressão sobre o governo de Netanyahu para alterar a sua conduta na Faixa de Gaza.