A Flotilha Global Sumud, que transporta ajuda humanitária para Gaza, tornou-se um ponto de tensão geopolítica no Mediterrâneo, após ser alvo de ataques com drones e intimidação, levando Espanha e Itália a enviar navios militares para garantir a sua segurança. Na última semana, a flotilha, composta por cerca de 50 navios com ativistas de mais de 40 nacionalidades, denunciou ter sido alvo de "11 explosões" provocadas por drones ao largo da Grécia, que danificaram quatro barcos e bloquearam as comunicações. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a bordo de uma das embarcações, descreveu a ação como uma tentativa de "atacar os barcos e danificá-los". Em resposta, os governos de Itália e Espanha anunciaram o envio de fragatas militares para acompanhar e proteger a missão.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que o navio militar espanhol está "equipado com todos os meios necessários para o caso de ser preciso dar assistência à flotilha e realizar resgates".
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, embora condenando os ataques como "inaceitáveis", classificou a missão como "gratuita, perigosa e irresponsável", sugerindo que a ajuda fosse entregue no Chipre.
A situação levou a pedidos de intervenção diplomática em Portugal, com o Bloco de Esquerda a solicitar uma audiência urgente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros para assegurar a proteção dos cidadãos portugueses na flotilha.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também já pediu uma "investigação independente, imparcial e aprofundada sobre os ataques".
Em resumoOs ataques à flotilha humanitária escalaram a situação de uma missão civil para um incidente com implicações militares e diplomáticas. A intervenção de marinhas europeias para proteger os ativistas demonstra a gravidade da situação e a recusa em aceitar a intimidação em águas internacionais, enquanto governos como o português enfrentam pressão interna para definir a sua posição.