Numa surpreendente inversão de política externa, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou na Assembleia Geral da ONU que a Ucrânia pode reconquistar todo o seu território, incluindo a Crimeia, classificando a Rússia como um "tigre de papel" e exortando Kiev a agir. Esta mudança de retórica representa uma alteração drástica face à sua posição anterior, na qual sugeria que a Ucrânia deveria ceder território para alcançar a paz. No seu discurso, Trump afirmou que "a Ucrânia, com o apoio da União Europeia, está numa posição de lutar e reconquistar todo o seu território de volta à sua forma original".
A nova postura surgiu após um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Casa Branca justificou a mudança com a crescente frustração de Trump perante a recusa de Vladimir Putin em negociar de boa-fé.
O vice-presidente JD Vance afirmou que Trump "está a ficar impaciente com os russos".
A reação de Moscovo foi de incredulidade e desdém.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou as declarações um "erro", enquanto o ex-presidente Dmitry Medvedev sugeriu que Trump se encontrava numa "realidade alternativa".
O encontro entre o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, em Nova Iorque, foi marcado por esta nova tensão, com Rubio a reiterar "o apelo do Presidente Trump pelo fim da matança".
Em resumoA mudança abrupta de Donald Trump, de cético do apoio a Kiev para um defensor de uma vitória militar ucraniana, representa uma alteração significativa na dinâmica da guerra. Esta nova postura, aparentemente motivada pela frustração com a intransigência de Putin, aumenta a pressão sobre Moscovo e realinha Washington com os seus aliados europeus, embora a falta de detalhes sobre o apoio concreto dos EUA mantenha alguma incerteza.