A situação na central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, atingiu um novo nível de alerta após a Ucrânia acusar a Rússia de cortar o seu fornecimento de eletricidade externa. Esta ação aumenta significativamente o risco de um acidente nuclear, gerando preocupação internacional. A central, ocupada pelas tropas russas desde março de 2022, está sem fornecimento de energia externa desde 23 de setembro, dependendo de geradores a diesel de emergência para arrefecer os seus seis reatores, que se encontram desligados. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, acusou Moscovo de "ações irresponsáveis" e de ignorar a segurança nuclear para "agradar aos seus chefes em Moscovo". Segundo Sybiga, a Rússia preparou 200 quilómetros de linhas de energia com o objetivo de "roubar a central, ligá-la à rede [sob controlo russo] e reiniciá-la", o que representaria "os maiores riscos" até à data.
O chefe da diplomacia ucraniana exigiu que a central volte ao controlo ucraniano, afirmando: "Pedimos a todas as nações preocupadas com a segurança nuclear que deixem claro a Moscovo que a sua jogada nuclear deve parar".
O operador da central, controlado pela russa Rosatom, confirmou a utilização de geradores de emergência, garantindo que existem reservas de combustível suficientes para um "funcionamento prolongado". A tensão intensificou-se na véspera de uma visita do chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, que se encontrou com o presidente Vladimir Putin para discutir a segurança da instalação. Grossi alertou que a ausência de energia externa "aumenta a probabilidade de um acidente nuclear".
Em resumoA central nuclear de Zaporíjia está a operar com geradores de emergência após a Rússia ter cortado a sua ligação à rede ucraniana. Kiev acusa Moscovo de tentar "roubar" a central, aumentando o risco de um desastre nuclear, enquanto a AIEA expressa profunda preocupação e apela à segurança da instalação.