O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, discursou perante uma sala parcialmente vazia, após dezenas de delegações terem abandonado o local em protesto.

Netanyahu rejeitou as acusações de genocídio, afirmando que Israel tem de "terminar o trabalho" contra o Hamas, e criticou duramente os países que recentemente reconheceram o Estado da Palestina, declarando que tal seria um "suicídio nacional" para Israel.

Em contrapartida, a Autoridade Palestiniana classificou o discurso como "pejado de mentiras e falsidades", vindo de um "líder desesperado". Em paralelo, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciaram um "entendimento" sobre um plano de paz para Gaza, que estaria "muito perto" de ser alcançado.

No terreno, a situação continua crítica.

Israel estima que mais de 750.000 palestinianos já abandonaram a cidade de Gaza em direção ao sul do enclave, à medida que a sua operação militar se intensifica. Bombardeamentos israelitas recentes mataram dezenas de pessoas, incluindo em ataques a residências familiares nos campos de refugiados de Al Shati e Nuseirat. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi forçada a suspender as suas atividades na cidade de Gaza, denunciando o cerco israelita às suas instalações e a impossibilidade de evacuar os doentes mais vulneráveis. A ONU declarou estado de fome no território, onde a guerra, iniciada a 7 de outubro de 2023, já causou quase 66 mil mortos.