A decisão incide sobre crimes cometidos contra a população durante as revoltas populares de 2011 na província de Daraa. O mandado, que menciona crimes de "homicídio premeditado, morte por tortura e privação de liberdade", foi emitido após queixas apresentadas por várias famílias das vítimas sobre a violência ocorrida em novembro de 2011.

Segundo o juiz de Damasco, Tawfiq al-Ali, a decisão poderá circular futuramente através da Interpol, conferindo ao caso legalidade internacional.

Bashar al-Assad encontra-se exilado na Rússia desde dezembro do ano anterior, quando o seu regime foi derrubado por uma ofensiva de grupos islâmicos e da oposição. Os órgãos de segurança do seu regime são acusados pelo desaparecimento de dezenas de milhares de pessoas durante o conflito. Com a queda do antigo presidente, cerca de 30.000 desaparecidos foram encontrados em prisões anteriormente administradas pelo seu governo, mas muitos outros continuam em parte incerta.

O presidente da Comissão Nacional para a Justiça de Transição na Síria, Abdul Basit Abdul Latif, confirmou a abertura de canais de comunicação com a Interpol para perseguir Assad e o seu irmão Maher, afirmando que "aqueles que fugiram da Síria não escaparão à justiça". Este processo judicial não se limitará às forças de segurança, mas abrangerá também aqueles que "apoiaram ou justificaram os crimes", incluindo instituições e empresários.