A proposta visa alterar as regras de votação para permitir que as negociações avancem por maioria qualificada, uma medida crucial para manter o ímpeto reformista de Kiev.

Atualmente, o processo de adesão à UE exige unanimidade em cada etapa, o que tem permitido ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, bloquear o progresso das candidaturas da Ucrânia e da Moldávia. Para ultrapassar este impasse, a proposta liderada por António Costa sugere que a abertura dos "clusters de negociação" — etapas jurídicas fundamentais do processo — passe a ser decidida por maioria qualificada, em vez de unanimidade.

O fecho de cada capítulo continuaria a exigir o acordo de todos os 27 Estados-membros, mas a alteração permitiria a Kiev e Chisinau avançar com as reformas necessárias sem ficarem reféns de um único veto.

Fontes diplomáticas confirmaram que Costa tem realizado um "tour das capitais" europeias e aproveitado encontros bilaterais para promover esta solução, considerando o alargamento como "o investimento geopolítico mais relevante que a União pode fazer". A iniciativa surge numa altura em que líderes como Orbán e o eslovaco Robert Fico continuam a tecer críticas à UE, evidenciando as divisões internas que a proposta de Costa procura mitigar.