Numa entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Macron afirmou que a dissuasão nuclear francesa tem “uma dimensão europeia desde 1962”, abrindo a porta a um debate sobre o seu alargamento a outros países do continente.

Esta discussão ganha força perante os receios de que a Europa possa deixar de contar com a proteção nuclear norte-americana no futuro, uma preocupação partilhada por figuras como o chanceler alemão, Friedrich Merz, que já se mostrou favorável a debater o tema. Questionado sobre uma eventual resposta a uma incursão russa no espaço aéreo europeu, Macron invocou o conceito de “ambiguidade estratégica”, afirmando que “nada está excluído, porque devemos manter Putin no limbo”.

Esta posição representa uma correção face a declarações anteriores, nas quais tinha garantido que não se abriria fogo.

O Presidente francês criticou o Ocidente por, no passado, ter dado sinais de fraqueza ao anunciar previamente o que não faria.

Macron voltou ainda a acusar Moscovo de interferência nos processos democráticos europeus, avisando: “Seremos ingénuos se não reconhecermos que o exército secreto russo está a espalhar-se pelas nossas democracias.

É composto por pequenos guerreiros anónimos chamados robôs digitais”.