A vice-primeira-ministra taiwanesa, Cheng Li-chiun, foi clara ao afirmar: “Quero esclarecer que esta ideia vem dos Estados Unidos.

A nossa equipa de negociação nunca se comprometeu com uma divisão 50-50 na produção de semicondutores”.

A pressão norte-americana intensificou-se no contexto das negociações comerciais bilaterais, onde os EUA impuseram tarifas de 20% sobre quase todos os produtos taiwaneses, exceto semicondutores. No entanto, o Presidente Donald Trump já prometeu impor “muito em breve” tarifas “bastante significativas” também sobre os ‘chips’ importados, um componente crucial na corrida global pela inteligência artificial.

Como contrapartida, Trump ofereceu isenções tarifárias a empresas que construam ou se comprometam a construir fábricas nos EUA.

Várias grandes empresas tecnológicas, como a Apple e a Micron Technology, já anunciaram investimentos avultados em território americano.

Mais de 70% das exportações de Taiwan para os EUA pertencem à categoria de tecnologia da informação e comunicação, o que evidencia a importância económica desta disputa. Em resposta à pressão de Washington, Taipé já se comprometeu a aumentar os seus investimentos nos EUA, a comprar mais energia americana e a aumentar as despesas com a Defesa para mais de 3% do PIB, mas a partilha da produção de semicondutores parece ser uma linha vermelha para o governo taiwanês.