A disputa verbal centrou-se nas capacidades militares de ambos os países, nomeadamente no que diz respeito ao arsenal nuclear e submarinos. Trump afirmou ter enviado “um ou dois submarinos” nucleares para perto da costa russa, descrevendo-os como “totalmente indetetáveis” e gabando-se de que os EUA estão “20 anos à frente” da Rússia em capacidade nuclear.

A declaração surgiu durante uma reunião com altos responsáveis militares, onde Trump sublinhou que modernizou o arsenal norte-americano, embora espere “nunca ter de o utilizar”.

A resposta de Moscovo não tardou.

Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, ridicularizou as alegações de Trump, descrevendo-as como “mais um episódio deste thriller”. Numa publicação na rede social Max, Medvedev escreveu com sarcasmo: “É difícil encontrar um gato preto numa sala escura, especialmente se não houver gato”, sugerindo que as alegações de Trump eram uma invenção. Esta troca de farpas não é um episódio isolado.

Nos últimos meses, ambos os líderes têm-se confrontado publicamente.

Trump já tinha acusado Medvedev de tratar o tema nuclear com leviandade, enquanto o próprio presidente norte-americano expressou a sua desilusão com Vladimir Putin relativamente à guerra na Ucrânia, apesar dos seus esforços para negociar a paz. Esta escalada retórica entre duas potências nucleares ocorre num momento de grande instabilidade geopolítica, contribuindo para aumentar a desconfiança e o risco de um erro de cálculo com consequências imprevisíveis.