A situação dos detidos, entre os quais a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, dominou o debate político em Portugal.
A operação naval israelita, que decorreu entre quarta e quinta-feira, resultou na abordagem de cerca de 50 embarcações que transportavam ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza, bloqueada por Israel. Os mais de 470 ativistas de várias nacionalidades foram detidos e transferidos para a prisão de Saharonim, no deserto de Negev, para aguardar deportação. A ação foi justificada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como uma medida necessária para repelir uma “campanha de deslegitimação” contra o país, enquanto o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, classificou os ativistas como “terroristas”. A resposta do Governo português foi imediata, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a garantirem apoio consular.
A embaixadora de Portugal em Israel, Helena Paiva, visitou os detidos e apresentou um “protesto imediato” junto das autoridades israelitas devido a “queixas várias” sobre as condições da detenção, embora não tenha sido reportada violência física. A maioria dos ativistas, incluindo os quatro portugueses, aceitou a “deportação voluntária e de imediato”, com as autoridades israelitas a comprometerem-se a colocá-los nos primeiros voos disponíveis. O incidente desencadeou manifestações em várias cidades europeias, incluindo Lisboa e Porto, com milhares de pessoas a exigirem a libertação dos detidos e a condenarem a ação de Israel.














