A iminência de conversações no Egito coloca a região num ponto de viragem crítico, entre a esperança de paz e a continuação do conflito. O plano de 20 pontos de Trump, que inclui um cessar-fogo, a libertação de reféns, a retirada gradual das forças israelitas e o desarmamento do Hamas, tornou-se o eixo central dos esforços diplomáticos. Um responsável do Hamas afirmou que o movimento está “muito interessado em chegar a um acordo para pôr fim à guerra e iniciar imediatamente o processo de troca de prisioneiros”. A liderança do grupo palestiniano, embora pronta para negociar a libertação dos reféns, insiste em discutir outros aspetos do acordo, nomeadamente o futuro da governação de Gaza, que deseja ver entregue a uma “autoridade palestiniana de independentes”. Por sua vez, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está preparado para implementar a primeira fase do plano, focada na libertação dos reféns, mas impôs uma condição clara: “Não avançaremos com nenhum dos artigos do plano até que a libertação dos reféns, vivos e mortos, e a sua transferência para território israelita seja concretizada”.

A complexidade das negociações é agravada pela contínua violência no terreno.

Apesar do apelo de Trump para que Israel parasse “imediatamente” com os bombardeamentos, ataques aéreos e de artilharia israelitas prosseguiram em Gaza, causando dezenas de vítimas civis, o que o Hamas classificou como uma exposição das “mentiras de Netanyahu sobre a redução das operações militares”. As conversações indiretas, mediadas pelos EUA, Egito e Qatar, deverão iniciar-se no Cairo, com a presença de delegações de Israel e do Hamas, bem como de enviados norte-americanos, num esforço para finalizar os detalhes de um acordo frágil mas crucial.