A ação de Washington é vista por Caracas como uma ameaça e uma tentativa de promover uma “mudança de regime”. Numa carta entregue ao Secretário de Estado da Santa Sé, Maduro expressou a sua preocupação com a deslocação militar ordenada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, sob o pretexto de combater o narcotráfico. A Venezuela denuncia a presença de, pelo menos, oito navios de guerra, um submarino nuclear e mais de 4.500 militares norte-americanos na sua costa, considerando-a uma ameaça direta à sua soberania. Em resposta, o governo venezuelano realizou exercícios militares para melhorar os “mecanismos de defesa territorial”.

A oposição venezuelana, por sua vez, apelou aos Estados Unidos para que revejam a sua política de imigração, após o Supremo Tribunal norte-americano ter permitido a retirada de proteções legais a 300 mil migrantes venezuelanos, pedindo que sejam garantidas “alternativas que permitam a residência legal”.

Este duplo cenário de tensão militar e crise migratória ilustra a complexa relação entre os dois países, com a Venezuela a procurar apoio diplomático no Vaticano enquanto enfrenta pressões externas e uma contínua crise humanitária interna.