A vitória, contudo, não garante uma maioria absoluta, forçando Babis a procurar alianças complexas.
Declaradamente “trumpista”, eurocrítico e anti-imigração, Andrej Babis capitalizou o descontentamento popular para regressar ao centro do poder após quatro anos na oposição.
Durante a campanha, o magnata agroindustrial prometeu “gerir o Estado como uma empresa” e manifestou uma postura mais reticente em relação ao apoio à Ucrânia, distanciando-se da política pró-ocidental do governo cessante.
A sua vitória levanta preocupações em Bruxelas, uma vez que poderá fortalecer o bloco de países da UE que desafiam as políticas comunitárias, especialmente em matéria de migração e relações com a Rússia. Apesar de não questionar a pertença à NATO e à UE, Babis opõe-se à adoção do euro e foi um dos fundadores do grupo Patriotas pela Europa no Parlamento Europeu, que integra partidos como o Fidesz de Viktor Orbán e o Chega de Portugal. O seu regresso ao poder depende agora da capacidade de formar uma coligação, sendo o partido de extrema-direita SPD, anti-NATO e anti-UE, um dos possíveis parceiros.
O percurso de Babis está marcado por controvérsias, incluindo investigações por fraude com fundos europeus e acusações de colaboração com a antiga polícia política comunista.














