A interceção da flotilha humanitária "Global Sumud" por forças israelitas em águas internacionais desencadeou uma crise diplomática, com a detenção de centenas de ativistas de várias nacionalidades, incluindo figuras políticas portuguesas, brasileiras e europeias. As denúncias de maus-tratos e a legalidade da ação israelita estão no centro de um intenso debate internacional. A operação israelita resultou na detenção de cerca de 470 pessoas, entre as quais a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a ativista sueca Greta Thunberg e a eurodeputada francesa Rima Hassan. Após a sua libertação e regresso aos países de origem, vários ativistas denunciaram maus-tratos, incluindo espancamentos, condições de detenção precárias, e privação de água e alimentos.
A ONU classificou estes relatos como "perturbadores" e apelou a uma investigação.
Em resposta, a Embaixada de Israel em Portugal qualificou as alegações como "mentiras descaradas", afirmando que a flotilha era uma "provocação" ao serviço do Hamas e que o bloqueio a Gaza é uma medida de segurança legal. Uma ativista espanhola permanece detida em Israel, acusada de ter agredido uma enfermeira.
O incidente gerou fortes reações políticas.
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, sugeriu que o tratamento hostil refletiu a "irritação" de Israel com o recente reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal. O seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, acusou Israel de violar o direito internacional.
Em Portugal, a controvérsia adensou-se quando o Ministro da Defesa, Nuno Melo, classificou os ativistas como "simpatizantes do Hamas", declarações que foram criticadas por outros partidos, enquanto o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, se focou em sublinhar os esforços do governo para garantir o repatriamento dos cidadãos portugueses.
Em resumoA interceção da flotilha "Global Sumud" por Israel transformou-se num significativo incidente diplomático, marcado por acusações de maus-tratos e pela detenção de figuras políticas europeias. A ação israelita, defendida como uma medida de segurança, foi amplamente condenada como ilegal, exacerbando as tensões entre Israel e vários países, incluindo Portugal e Brasil, e evidenciando as profundas divisões sobre o conflito em Gaza.