A tensão militar entre a China e Taiwan intensificou-se com a deteção de mais de 20 aeronaves militares chinesas na zona de defesa aérea de Taiwan, dias antes do Dia Nacional da ilha. A situação é agravada por alegações de que a Rússia poderá estar a ajudar a China a preparar uma invasão, aumentando a instabilidade numa das mais perigosas zonas de conflito do mundo. O Ministério da Defesa de Taiwan reportou a incursão de 23 aeronaves chinesas, incluindo caças J-16 e drones, das quais 17 cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan numa "patrulha conjunta de prontidão para combate". Estas manobras ocorrem num momento sensível, pouco antes da celebração do Dia Nacional de Taiwan e no meio de uma disputa diplomática sobre a interpretação da Resolução 2758 da ONU, que Pequim utiliza para justificar a sua soberania sobre a ilha. O Presidente de Taiwan, William Lai, numa entrevista a uma rádio norte-americana, alertou que uma invasão chinesa não ameaçaria apenas Taiwan, mas também os interesses dos EUA, afirmando que "a paz só pode ser alcançada através da força".
Lai sublinhou que a China está a expandir o seu poderio militar em toda a região do Indo-Pacífico.
Aumentando ainda mais a tensão, foram divulgados documentos russos que alegadamente mostram acordos para fornecer treino e equipamento militar à China, com o objetivo de preparar um ataque a Taiwan.
Segundo uma das reportagens, a análise destes planos sugere que "Taipé seria tomada em poucos dias", indicando uma possível coordenação estratégica entre Moscovo e Pequim contra os interesses ocidentais na região.
Em resumoA escalada de manobras militares chinesas perto de Taiwan, juntamente com alegações de apoio militar russo a Pequim, elevou significativamente a tensão no Estreito de Taiwan. As declarações do Presidente taiwanês reforçam a perceção de que um conflito na região teria implicações globais, colocando em cheque a estabilidade do Indo-Pacífico e a ordem internacional liderada pelos EUA.