A União Europeia está a considerar uma nova medida para restringir a liberdade de circulação de diplomatas russos dentro do espaço comunitário, como parte do 19.º pacote de sanções contra a Rússia. A proposta, impulsionada por países como a República Checa, visa combater o que Bruxelas descreve como operações de desinformação e interferência coordenadas por representantes de Moscovo. Integrada no próximo pacote de sanções, a proposta obrigaria os diplomatas russos e o seu pessoal a notificar com antecedência as suas intenções de viajar para outro Estado-membro, permitindo que o país de destino autorize ou recuse a entrada. Segundo um documento interno do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), a medida justifica-se pelo facto de os diplomatas russos estarem "frequentemente envolvidos em atividades que contribuem para a agressão da Rússia contra a Ucrânia", nomeadamente através da disseminação da narrativa do Kremlin e de "operações coordenadas de manipulação informativa". A proposta ganhou força após a insistência de países como a República Checa, que se tem sentido alvo de operações híbridas russas e já implementou restrições unilaterais. O SEAE argumenta que a medida não viola a Convenção de Viena, uma vez que não limita a circulação dentro do país de acreditação.
A aprovação da medida requer unanimidade entre os 27 Estados-membros e, a ser implementada, a sua aplicação será assimétrica, dependendo da decisão de cada capital.
Um alto diplomata europeu considerou a iniciativa "um passo na direção certa", sublinhando a importância de "agir agora, em vez de esperar que algo aconteça".
Em resumoNuma demonstração de aprofundamento das tensões com Moscovo, a União Europeia debate a restrição da mobilidade dos diplomatas russos no seu território. A medida visa conter a alegada desinformação e as atividades de interferência russas, sinalizando uma abordagem mais dura e coordenada para limitar a influência do Kremlin na Europa, embora a sua implementação dependa de um consenso político ainda por alcançar.