A instabilidade coloca o presidente Emmanuel Macron sob forte pressão para encontrar uma solução que garanta a governação, num cenário de fragmentação política e ascensão da extrema-direita.

A demissão de Lecornu, o quinto primeiro-ministro a cair em três anos, mergulhou a França numa das "crises políticas mais graves dos últimos 20 anos", segundo o antigo presidente François Hollande.

O atual impasse reflete a dificuldade de Macron em governar sem uma maioria parlamentar, uma realidade que, segundo analistas, o presidente se recusou a aceitar, mantendo-se "teimoso".

A principal tarefa do próximo primeiro-ministro será aprovar um orçamento, algo que Lecornu não conseguiu. O nome de Hollande tem sido apontado como um possível "salvador", uma figura capaz de formar um governo que não venha do "bloco central" de Macron e que consiga obter apoio parlamentar.

O primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, já aconselhou Macron a não dissolver a Assembleia Nacional, afastando, para já, o cenário de eleições antecipadas.

A crise em França é vista com preocupação a nível europeu, com analistas a alertarem que uma prolongada instabilidade política no país pode levar à "paralisia da UE".

A situação evidencia a fragilidade das democracias europeias perante a fragmentação partidária e a ascensão de forças populistas, colocando em causa a capacidade de resposta a desafios internos e externos.