A decisão, descrita pela imprensa europeia como "altamente controversa", mergulhou o país numa paralisia política e gerou preocupações económicas em toda a União Europeia.

Lecornu, o quarto primeiro-ministro em menos de um ano, demitiu-se após apenas um mês no cargo, mas aceitou regressar devido à "necessidade urgente de encontrar soluções financeiras para França".

No entanto, a sua recondução foi imediatamente rejeitada por todo o espectro político.

Partidos da extrema-direita à extrema-esquerda, incluindo a União Nacional, a França Insubmissa e o Partido Comunista, prometeram apresentar moções de censura ao novo governo, mesmo antes da sua formação.

Lecornu admitiu a possibilidade de ser derrubado, afirmando que só permanecerá enquanto "as condições forem cumpridas".

A situação agrava-se pela ausência de uma maioria parlamentar do campo centrista de Macron e pela urgência em apresentar o Orçamento para 2026. A imprensa europeia mostrou-se "consternada" com a "crise política interminável", com o Financial Times a declarar o "fim do 'Macronismo'" e o El País a descrever um "sentimento de fim de época".

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, afirmou que as instâncias europeias acompanham a situação "com atenção", expressando esperança de que França cumpra os seus compromissos orçamentais internacionais. A crise ocorre num momento em que a França, a segunda maior economia da zona euro, enfrenta uma dívida pública de 3,4 biliões de euros e um crescimento enfraquecido.