O grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) reivindicou uma série de ataques na província de Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, que resultaram na morte de 23 pessoas, incluindo polícias, paramilitares e civis. A escalada de violência intensifica as tensões entre o Paquistão e o governo talibã afegão, com acusações mútuas de apoio a grupos terroristas. Entre as operações de sexta-feira, destacou-se um ataque suicida com um veículo carregado de explosivos contra um centro de instrução da polícia, que matou sete agentes. Outros ataques resultaram na morte de 11 paramilitares no distrito de Khyber e cinco pessoas no distrito de Bajaur.
O TTP, um grupo aliado mas distinto dos talibãs afegãos, intensificou a sua campanha de violência desde que os talibãs tomaram o poder em Cabul em 2021. As autoridades paquistanesas acusam o governo afegão de facilitar a retoma da atividade do TTP, uma acusação que Cabul nega firmemente, contra-atacando com alegações de que o Paquistão apoia a filial regional do grupo Estado Islâmico. O porta-voz do exército paquistanês, Ahmad Sharif Chaudhry, confirmou que "o terrorismo aumentou desde 2021" e que, até 15 de setembro deste ano, 970 militantes foram mortos em mais de 10.000 operações antiterroristas.
No mesmo período, morreram 311 soldados e 73 polícias.
O ano de 2024 foi o mais mortífero para o Paquistão em quase uma década, com mais de 1.600 mortos em episódios de violência.
Em resumoA recente onda de ataques reivindicada pelos talibãs paquistaneses, que causou 23 mortos, marca uma perigosa escalada de violência na região fronteiriça com o Afeganistão. O incidente agrava as tensões entre o Paquistão e o regime talibã em Cabul, num ciclo de acusações mútuas que mina a estabilidade regional e evidencia a complexa rede de alianças militantes na área.