A retórica endurecida de ambos os lados reflete uma aposta crescente na autossuficiência tecnológica e uma rivalidade geopolítica cada vez mais acirrada.

Após a China anunciar novos controlos à exportação de terras raras, o Presidente Donald Trump ameaçou aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e restringir a exportação de "qualquer 'software' crítico".

Em resposta, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou que, embora Pequim não deseje uma guerra comercial, também "não a tememos".

A China apelou a que os EUA "corrijam as suas práticas erradas o mais rapidamente possível" e que as preocupações sejam resolvidas através de um "diálogo baseado na igualdade, no respeito mútuo e no benefício recíproco".

Numa medida simbólica e prática da sua política de substituição tecnológica, o Ministério do Comércio chinês passou a publicar documentos oficiais num formato compatível apenas com o software nacional WPS Office, bloqueando a sua abertura com programas como o Microsoft Word.

Esta ação insere-se na estratégia chinesa de substituir tecnologia estrangeira por alternativas domésticas até 2027, especialmente em entidades públicas e setores estratégicos.

Apesar da escalada, Trump mostrou alguma abertura a negociações, afirmando que os EUA querem "ajudar a China, não prejudicá-la".