Moçambique enfrenta uma grave crise pós-eleitoral, marcada por violência que resultou em quase 400 mortos, milhares de desempregados e a destruição de centenas de infraestruturas públicas e privadas. A contestação aos resultados das eleições de 9 de outubro de 2024, liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, mergulhou o país na pior agitação social desde 1994. O Presidente Daniel Chapo lamentou a destruição, afirmando que "sob disfarce de manifestações violentas, ilegais e criminosas, foram vandalizadas 139 escolas", além de centros de saúde e outras infraestruturas vitais. O impacto económico é expressivo, com prejuízos superiores a 32,2 mil milhões de meticais (435 milhões de euros) e a perda de pelo menos 121 mil empregos, segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). A Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS) reportou que mais de 12 mil trabalhadores que perderam os seus postos de trabalho não receberam as devidas indemnizações.
Embora Daniel Chapo e Venâncio Mondlane se tenham encontrado em março com o compromisso de acabar com a violência, as acusações mútuas persistem.
O Presidente Chapo pediu punições "exemplares" para os autores da vandalização, afirmando que "destruir uma escola é destruir o futuro" e que a violência "só agrava ainda mais a pobreza".
A situação social é agravada pela insatisfação com os salários, que, segundo a OTM-CS, estão longe de cobrir as necessidades básicas das famílias.
Em resumoA violência pós-eleitoral em Moçambique causou uma crise humanitária e económica, com centenas de mortos, milhares de desempregados e vasta destruição de infraestruturas. Apesar de um compromisso de paz entre os líderes políticos, a tensão persiste, com o governo a prometer responsabilizar os autores da violência.