A União Europeia avança com propostas para endurecer a sua política migratória, focando-se na deportação "eficaz e simplificada" de migrantes em situação irregular, enquanto alguns Estados-membros, como os Países Baixos, exploram acordos controversos com países terceiros para a receção de requerentes de asilo. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, instou os líderes europeus a chegarem a um acordo sobre um "sistema europeu comum de retornos", que visa acelerar e simplificar os processos de deportação de cidadãos estrangeiros sem permissão de permanência no espaço comunitário. A proposta, que será discutida em cimeira, inclui a criação de "plataformas de retornos", instalações para deter pessoas que aguardam deportação, e enfatiza a necessidade de agir com "rapidez, eficácia e dignidade". Esta medida insere-se num "Pacto para o Mediterrâneo", que procura reforçar a cooperação com países de origem e trânsito. Em paralelo, o governo dos Países Baixos anunciou estar a preparar um acordo com o Uganda para enviar dezenas de migrantes cujos pedidos de asilo foram recusados.
Este modelo, semelhante a uma iniciativa da administração Trump, criaria um "hub de trânsito" no país africano, gerido pela ONU e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O ministro holandês da Migração, David van Weel, afirmou que o acordo cumpre a lei internacional, embora preveja contestações legais.
O plano excluirá pessoas LGBT+, devido às leis discriminatórias do Uganda, e focar-se-á em migrantes de origem africana sem antecedentes criminais.
Esta iniciativa posiciona os Países Baixos como o segundo país da UE, depois da Itália com a Albânia, a recorrer à externalização da gestão de migrantes.
Em resumoA UE procura unificar e acelerar os processos de deportação de migrantes irregulares, conforme defendido por Ursula von der Leyen. Simultaneamente, os Países Baixos preparam um acordo com o Uganda para a receção de requerentes de asilo rejeitados, seguindo um modelo controverso que reflete uma tendência crescente de externalização das políticas migratórias europeias.