Gilles Carbonnier, vice-presidente do CICV, expressou grande preocupação com a situação, destacando o Sudão como o caso mais alarmante.

Desde abril de 2023, a guerra civil no país causou dezenas de milhares de mortos, deslocou 12 milhões de pessoas e destruiu grande parte do sistema de saúde, levando ao ressurgimento de epidemias como a cólera e a dengue.

A ONU descreve a situação como a “pior crise humanitária do mundo”. Além do Sudão, a Somália enfrenta um “ressurgimento das hostilidades” com ataques do grupo terrorista Al-Shebab, e a violência intensificou-se no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), com o avanço do grupo armado M23.

Na RDCongo, uma “grave epidemia” de cólera, uma das piores da última década, já afetou 20 das 26 províncias e causou mais de 1.700 mortes.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que a situação pode piorar com a estação das chuvas e os conflitos regionais, que dificultam a resposta humanitária.

O aumento dos conflitos coincide com a redução do financiamento por parte de doadores internacionais, como os EUA e países da UE, forçando organizações como o CICV a tomar “decisões muito difíceis” e a reduzir operações.