Islamabade acusa o regime talibã de evasivas e manipulação, enquanto o ministro da Defesa paquistanês ameaça com “guerra aberta”.

A segunda ronda de negociações, que decorreu em Istambul com a mediação do Qatar e da Turquia, não conseguiu produzir uma “solução viável”. O ministro da Informação paquistanês, Attaullah Tarar, afirmou que “o lado afegão não ofereceu qualquer garantia, evitou consistentemente o cerne do problema e recorreu a recriminações, táticas de protelação e outras formas de manipulação”.

O conflito fronteiriço, que eclodiu há duas semanas, já provocou dezenas de mortos, incluindo civis.

A retórica endureceu com o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, a afirmar que o Paquistão “pode utilizar apenas uma fração do seu arsenal para aniquilar completamente o regime talibã”.

A principal exigência de Islamabade é que Cabul tome “medidas credíveis e decisivas” para deixar de abrigar grupos “terroristas” anti-paquistaneses, como o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP). O governo talibã nega veementemente a acusação e, por sua vez, acusa o Paquistão de apoiar grupos como o Estado Islâmico, descrevendo as exigências paquistanesas como “despropositadas e inaceitáveis”.

A fronteira entre os dois países permanece encerrada, agravando a crise humanitária na região.