A falha nas negociações e a contínua pressão militar russa, incluindo uma nova mobilização “silenciosa”, indicam um prolongamento do conflito e um endurecimento das posições de ambos os lados.A cimeira, planeada para Budapeste, foi cancelada pelos Estados Unidos após Moscovo ter apresentado um memorando reiterando as suas exigências inflexíveis, que incluem a cedência de mais território ucraniano e garantias de que Kiev jamais integrará a NATO. Segundo o ‘Financial Times’, a decisão foi tomada após uma chamada telefónica “tensa” entre o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, na qual ficou claro que Moscovo não demonstrava qualquer disposição para negociar. Em paralelo, a Rússia parece preparar-se para um conflito de longa duração, com a elaboração de uma nova legislação que permitirá a mobilização de até dois milhões de reservistas sem a necessidade de uma declaração formal de guerra. Esta medida, descrita como uma mobilização “silenciosa”, visa flexibilizar o uso das forças de reserva em operações no estrangeiro e é vista por analistas como um sinal de que “Putin está a preparar-se para futuras guerras”.
No terreno, a Rússia intensificou os ataques aéreos, visando infraestruturas críticas.
A Ucrânia reportou ataques a instalações ferroviárias nas regiões de Sumy e Kharkiv, que danificaram depósitos e carruagens, e ataques com drones em 14 regiões russas. Por sua vez, Kiev reivindicou quase 160 ataques bem-sucedidos contra instalações petrolíferas russas desde o início do ano.
A Europol também identificou mais de 650 mercenários russos dos grupos Wagner e Redut, acusados de crimes de guerra na Ucrânia.














