A situação no Sudão deteriorou-se drasticamente com a escalada da violência em Al-Fashir, capital do Darfur do Norte, que se tornou o novo epicentro de uma crise humanitária catastrófica. O Conselho de Segurança da ONU e a Cruz Vermelha condenaram os ataques dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) e alertaram para o risco de atrocidades em grande escala, incluindo com motivações étnicas.A tomada de Al-Fashir pelas RSF no passado domingo desencadeou uma onda de violência contra a população civil, com relatos de execuções sumárias e detenções arbitrárias. O Conselho de Segurança da ONU manifestou “profunda preocupação” e condenou veementemente os ataques, exigindo que todas as partes em conflito protejam os civis e permitam o acesso humanitário seguro.
O organismo reafirmou o seu compromisso com a integridade territorial do Sudão e rejeitou qualquer tentativa de estabelecer uma autoridade governamental paralela nas áreas controladas pelos paramilitares.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim do cerco à cidade.
A Cruz Vermelha também denunciou a violência, confirmando a morte de cinco voluntários do Crescente Vermelho sudanês no estado do Kordofan do Norte. Pierre Krahenbuhl, diretor-geral do CICV, declarou que “atacar estes profissionais coloca em risco não só as suas vidas, mas também os próprios valores de humanidade e solidariedade”. A guerra civil, que começou em abril de 2023, já provocou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, no que a ONU descreve como uma das piores tragédias humanas em curso no mundo.
O conflito mergulhou o país numa crise sem precedentes, com a comunidade internacional a apelar a uma retoma urgente das negociações para alcançar um cessar-fogo duradouro.
Em resumoA escalada da violência em Al-Fashir agrava a já devastadora crise humanitária no Sudão, com a comunidade internacional a condenar as atrocidades e a apelar à proteção dos civis. A contínua violência contra trabalhadores humanitários e a falta de acesso à ajuda exacerbam o sofrimento de milhões de pessoas, tornando urgente uma solução política para o conflito.