O impasse orçamental entre a administração Trump e os Democratas no Congresso afeta milhões de cidadãos e tem implicações diretas em acordos bilaterais, como o que rege a presença militar dos EUA nos Açores. No plano interno, a paralisação, que já dura há mais de um mês, obrigou o governo a recorrer a um fundo de emergência de mais de quatro mil milhões de dólares para financiar cerca de metade dos apoios alimentares (programa SNAP), dos quais dependem 42 milhões de norte-americanos.
A situação levou a que muitos trabalhadores federais, que se encontram sem receber salário, recorressem a bancos alimentares para sustentar as suas famílias.
Além disso, a ausência de pagamento a quase 13 mil controladores de tráfego aéreo está a provocar atrasos nos voos por todo o país.
O impacto do 'shutdown' transcende as fronteiras dos EUA.
Nos Açores, o governo regional admitiu a possibilidade de ter de avançar com o pagamento dos salários aos cerca de 450 trabalhadores portugueses na Base das Lajes, na ilha Terceira, cujos vencimentos se encontram congelados devido à paralisação. A quinzena de 17 de outubro foi paga com cortes e a de 27 de outubro não foi paga, criando uma situação de incerteza para centenas de famílias. Este cenário ilustra como um impasse político interno em Washington pode ter consequências diretas e prejudiciais para cidadãos de outros países, ao abrigo de acordos de defesa e cooperação.











