Um escândalo de grandes proporções abalou as Forças de Defesa de Israel (FDI) com a detenção da sua antiga chefe jurídica, a major-general Yifat Tomer-Yerushalmi. A detenção ocorreu após a mesma ter admitido ser a responsável pela divulgação de um vídeo que mostra soldados israelitas a cometerem abusos sexuais contra um prisioneiro palestiniano, expondo graves violações de direitos humanos e desencadeando uma crise institucional. O caso centra-se num vídeo que mostra soldados na base militar de Sde Teiman a pegar num “homem nu deitado no chão”, a encostá-lo a uma parede e a “violá-lo com um objeto pontiagudo”. Yifat Tomer-Yerushalmi, que se demitiu do cargo na semana passada, admitiu na sua carta de demissão ser “pessoalmente responsável” pela fuga do vídeo para a comunicação social. Justificou a sua ação como uma tentativa de “contrapor a propaganda falsa que tinha como alvo as forças do Estado”. A sua detenção, após ter estado desaparecida durante várias horas, intensificou a crise, que o primeiro-ministro Netanyahu classificou como “o ataque de relações públicas mais grave que o Estado de Israel sofreu desde a sua fundação”.
Em resposta ao escândalo, o ministro da Defesa, Israel Katz, nomeou um novo procurador militar vindo de fora da instituição, afirmando ser uma escolha “de grande importância” para “limpar a instituição, reabilitá-la e organizá-la”.
O novo procurador terá como prioridade “proteger os soldados que lutam heroicamente” e evitar que sejam alvo de “perseguição em todo o mundo”. O incidente gerou uma onda de críticas e preocupação na cúpula militar, que considera que o caso põe em causa a integridade das Forças Armadas.
Em resumoA detenção da ex-chefe jurídica das FDI, por ter divulgado um vídeo de abuso sexual de um prisioneiro palestiniano, mergulhou as forças armadas israelitas num escândalo. A sua demissão e a nomeação de um novo procurador externo visam restaurar a credibilidade da instituição, num caso que expõe graves violações de direitos humanos.