O incidente levou o governo belga a alertar para uma possível campanha de recolha de informações, enquanto a Polónia anunciou planos para construir o seu próprio sistema antidrones, sem esperar por uma iniciativa conjunta da UE. O ministro da Defesa da Bélgica, Theo Francken, levantou a hipótese de os recentes voos de drones sobre locais sensíveis, como a base militar de Kleine-Brogel — onde se presume estarem armazenadas armas nucleares norte-americanas — e o Aeroporto de Deurne, estarem ligados a operações de espionagem russas. Francken destacou que as aeronaves não tripuladas não foram neutralizadas pelas medidas de bloqueio eletrónico, o que “reforçou as suspeitas de utilização de tecnologia sofisticada”. Embora admita não existirem provas concretas, o ministro afirmou: “Tudo indica que enfrentamos um caso de espionagem.

Pensa-se na Rússia, embora não exista prova formal”.

Estes incidentes levaram a um reforço da vigilância e aceleraram a discussão sobre um plano nacional antidrone na Bélgica, que se articulará com a iniciativa europeia de criar uma “barreira antidrones”. Em resposta a ameaças semelhantes, a Polónia decidiu não esperar pela conclusão da iniciativa da UE e anunciou que irá investir num sistema nacional próprio, que deverá estar operacional em dois anos. O vice-ministro da Defesa polaco, Cezary Tomczyk, esclareceu que o “muro de drones” da UE poderá, no futuro, complementar o sistema polaco, mas que a prioridade é desenvolver capacidades nacionais de forma célere.