A paralisação governamental nos Estados Unidos, já a mais longa da história do país, com 37 dias, está a causar graves perturbações, com a Administração Federal de Aviação (FAA) a anunciar uma redução de 10% no tráfego aéreo em 40 dos aeroportos mais movimentados. O impasse orçamental entre Republicanos e Democratas no Congresso deixa centenas de milhares de funcionários federais sem salário, incluindo os trabalhadores portugueses da Base das Lajes, nos Açores. A FAA justificou a redução do tráfego aéreo com a necessidade de "reduzir a pressão" sobre o controlo de tráfego aéreo, que se debate com falta de pessoal devido à paralisação. O secretário dos Transportes, Sean Duffy, alertou para o risco de "caos" generalizado, explicando que existe um "défice de 2.000 controladores de tráfego aéreo". As companhias aéreas já alertaram os passageiros para a possibilidade de atrasos e cancelamentos de voos a partir de sexta-feira. A medida surge numa altura de intensa atividade aérea, devido à aproximação de um feriado.
A nível internacional, a paralisação está a afetar os trabalhadores portugueses na Base das Lajes, que não receberam o vencimento da última quinzena.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que o governo português procurou mitigar o impacto junto das autoridades norte-americanas, mas "não foi possível conter" a situação. Rangel explicou que "a embaixada e o Estado português não conseguem mudar a situação política nos Estados Unidos".
Entretanto, o Governo Regional dos Açores anunciou que irá adiantar os salários em atraso, com os encargos da operação a serem suportados pelo Governo da República.
As negociações no Senado norte-americano para acabar com o 'shutdown' continuam, com os democratas a pressionarem para a inclusão de um acordo sobre subsídios de saúde.
Em resumoA paralisação recorde do governo dos EUA está a ter consequências severas, forçando uma redução de 10% no tráfego aéreo para garantir a segurança, o que poderá levar a cancelamentos de voos. Centenas de milhares de funcionários, incluindo portugueses na Base das Lajes, continuam sem receber salário, enquanto as negociações no Congresso para resolver o impasse orçamental prosseguem sem um acordo à vista.