A Europa observa com apreensão, temendo uma paz que legitime a agressão russa, enquanto a ONU exige o regresso de crianças ucranianas deportadas.

O encontro de quase cinco horas em Moscovo entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e os enviados do Presidente norte-americano, Steve Witkoff e Jared Kushner, foi descrito pelo Kremlin como "útil" e "construtivo", mas o conselheiro diplomático Yuri Ushakov admitiu que "não foi alcançado qualquer acordo" sobre a questão territorial.

Putin afirmou que algumas propostas dos EUA são "aceitáveis" para discussão, mas outras não, mantendo a sua posição firme sobre o controlo do Donbass e de outras regiões, declarando que a Rússia irá controlar esses territórios "por via militar ou com a retirada das forças ucranianas". Horas antes da reunião, Putin advertiu que a Rússia está pronta para uma guerra com a Europa se esta a provocar, acusando os líderes europeus de tentarem "obstruir" os esforços de paz de Washington. A reação europeia foi de ceticismo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, instou Putin a "parar de desperdiçar o tempo do mundo", enquanto a sua homóloga britânica, Yvette Cooper, pediu ao líder russo para "acabar com as ameaças e o derramamento de sangue".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou que não aceitará um cessar-fogo que implique cedências territoriais, pois tal daria a Putin "uma plataforma para uma futura invasão".

Em paralelo, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução com 91 votos a favor, exigindo o "regresso imediato, seguro e incondicional das crianças que foram deportadas ou levadas à força" para a Rússia.