A crise agrava-se com o encerramento do espaço aéreo venezuelano e a suspensão de voos por parte de companhias aéreas.

Donald Trump intensificou a pressão sobre Caracas, afirmando que as operações militares contra o narcotráfico, que já resultaram em 21 bombardeamentos a embarcações nas Caraíbas, irão "muito além" e que "em breve" poderão começar operações em terra. "Sabemos as rotas que utilizam e sabemos tudo sobre eles", declarou Trump, acusando Maduro de liderar uma "organização terrorista" denominada Cartel dos Sóis. Em contraste com a retórica agressiva, Maduro revelou ter tido uma conversa telefónica "cordial" e em "tom de respeito" com Trump há cerca de dez dias, esperando que represente um passo "em direção a um diálogo respeitoso". O Papa Leão XIV também interveio, sugerindo que os EUA priorizem "o diálogo" em vez de uma invasão. A Venezuela, por sua vez, denuncia que a campanha antidroga é um pretexto para uma "mudança de regime" com o objetivo de controlar as suas vastas reservas de petróleo. Esta visão é reforçada por uma carta de Hugo Carvajal, antigo chefe dos serviços secretos, que acusa o regime chavista de criar um cartel para "inundar os Estados Unidos com cocaína" como arma política. A crise transbordou para a aviação civil, com a companhia panamiana Copa Airlines a suspender temporariamente os voos para Caracas, seguindo decisões de outras companhias, após os EUA terem alertado para uma "situação potencialmente perigosa" no espaço aéreo venezuelano, que Caracas acusa Washington de tentar encerrar.