O frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza foi abalado por novas violações, com um ataque israelita em Khan Younis a resultar em vítimas civis, incluindo crianças. Em paralelo, a tensão na fronteira norte intensificou-se com Israel a anunciar ataques iminentes no sul do Líbano e a acusar o Hezbollah de envolvimento na explosão do porto de Beirute em 2020. Na madrugada de quarta-feira, um bombardeamento israelita contra uma tenda num campo de deslocados perto de um hospital em Khan Younis causou cinco mortos, incluindo duas crianças, e 30 feridos. O exército israelita justificou a ação como uma resposta a um ataque que feriu cinco dos seus soldados em Rafah, afirmando que o alvo era um "terrorista" do Hamas. O movimento islamita classificou o ataque como um "assassínio deliberado" e um "claro crime de guerra", apelando aos mediadores para que obriguem Israel a cumprir a cessação de hostilidades.
Desde o início da trégua, em outubro, já se registaram 366 mortos e 938 feridos em Gaza.
A organização Médicos Sem Fronteiras denunciou que cerca de 900 pessoas morreram enquanto aguardavam evacuação médica.
Simultaneamente, a tensão aumentou na fronteira com o Líbano.
O porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, emitiu uma "mensagem urgente" em árabe, apelando à evacuação de áreas nas aldeias de Jbaa e Mahrouna, pois as forças israelitas iriam "atacar em breve infraestruturas terroristas do Hezbollah". Este anúncio surge um dia após as primeiras conversações diretas em mais de 40 anos entre responsáveis civis libaneses e israelitas, que o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, frisou não constituírem negociações "políticas" de paz. Israel também acusou uma unidade do Hezbollah de ter assassinado quatro figuras libanesas que ameaçavam expor o seu alegado envolvimento no armazenamento de nitrato de amónio que causou a explosão no porto de Beirute.
Em resumoO cessar-fogo em Gaza continua extremamente precário, com ataques israelitas a provocarem vítimas civis e o Hamas a acusar Israel de violações contínuas. A situação agrava-se com a abertura de uma nova frente de tensão no Líbano, onde Israel ameaça com uma ofensiva militar contra o Hezbollah, minando os frágeis esforços diplomáticos na região.