O Presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou uma visita de Estado de três dias à China para discutir com o seu homólogo, Xi Jinping, os desequilíbrios comerciais entre a Europa e Pequim e o papel da China na guerra da Ucrânia. A visita ocorre num momento de tensão comercial e de esforços europeus para apresentar uma frente unida face ao gigante asiático. Na sua quarta visita de Estado à China, Macron apelou à cooperação para a "paz e estabilidade no mundo", afirmando que a capacidade de trabalhar em conjunto em crises como a da Ucrânia "é determinante". O líder francês defendeu a necessidade de "encontrar mecanismos de cooperação e de resolução de litígios", reconhecendo que, apesar de existirem "pontos em comum", por vezes há "desacordos".
Por seu lado, Xi Jinping garantiu que a China tenciona cooperar com França para "eliminar qualquer interferência" e tornar a parceria estratégica "mais estável".
A visita tem um forte pendor económico, com Macron acompanhado por 35 líderes de grandes grupos empresariais. O objetivo é reequilibrar uma relação comercial marcada por um enorme défice em desfavor da União Europeia, que ascende a mais de 300 mil milhões de euros. Paris apoia a estratégia da Comissão Europeia de aumentar as tarifas sobre as importações de carros elétricos chineses e pretende pressionar Pequim a investir mais em França.
A questão da Ucrânia é central, com o Eliseu a manter a "expectativa constante" de que a China "use a sua influência junto da Rússia para levá-la a cessar a guerra".
A Europa acusa Pequim de fornecer componentes militares a Moscovo, alimentando a máquina de guerra russa.
Em resumoA visita de Emmanuel Macron à China reflete a complexa relação da Europa com Pequim, tentando equilibrar a necessidade de cooperação económica com a urgência de resolver desequilíbrios comerciais e pressionar a China a adotar uma postura mais construtiva no conflito ucraniano. O sucesso da visita será medido pela capacidade de obter concessões concretas em ambas as frentes.