O golpe ocorreu apenas um dia antes da data prevista para a divulgação dos resultados das eleições gerais, num momento em que o candidato independente Fernando Dias, apoiado pela oposição, reclamava vitória na primeira volta.
A tomada de poder pelos militares foi veementemente condenada pela comunidade internacional, incluindo a CEDEAO e a União Africana, que já suspenderam o país.
A CPLP, cuja presidência rotativa era exercida pela Guiné-Bissau, seguiu a mesma linha.
Numa reunião extraordinária, os ministros dos Negócios Estrangeiros da organização condenaram a “rutura institucional” e a “grave violação aos princípios democráticos”. No comunicado final, o Conselho de Ministros recomendou “a suspensão temporária da Guiné-Bissau, a ser decidida na Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, e a transferência da presidência pro tempore da organização para outro Estado-Membro”. O ministro português, Paulo Rangel, lamentou a “destruição de um processo eleitoral” que a missão de observação da CPLP tinha considerado bem-sucedido. A CPLP decidiu ainda constituir uma “Missão de Bons Ofícios de Alto Nível” a ser enviada ao país para mediar a crise e exigiu a “libertação imediata e incondicional” de todos os detidos e a “retoma urgente da ordem constitucional”.
A oposição guineense alega que o golpe foi uma encenação orquestrada pelo próprio Presidente Embaló para evitar a confirmação da sua derrota eleitoral.














