A divulgação da nova Estratégia de Segurança Nacional pela administração Trump provocou uma forte reação por parte de líderes europeus, que a consideram uma ameaça à soberania e um ataque direto ao projeto europeu, aprofundando uma fenda na aliança transatlântica. O documento de 33 páginas, que formaliza a doutrina "América em primeiro lugar", adota um tom crítico em relação à Europa, alertando para um perigo de "extinção civilizacional" em "20 anos ou menos" devido a políticas migratórias, colapso das taxas de natalidade e perda de identidade nacional. A estratégia questiona abertamente o futuro da NATO, sugerindo que os seus membros se tornarão "predominantemente não europeus" e que os EUA se afastarão de teatros de operações de menor importância para a sua segurança.
A reação europeia foi imediata e contundente.
António Costa, na qualidade de presidente do Conselho Europeu, declarou que a Europa não pode aceitar esta "ameaça de interferência na vida política da Europa", sublinhando que "os Estados Unidos não podem substituir os cidadãos europeus na escolha de quais são os bons partidos e os maus partidos". Apesar de reconhecer os EUA como um "aliado importante", Costa reforçou a necessidade de uma "Europa soberana". Numa tentativa de apaziguar as tensões, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, afirmou que os EUA continuam a ser o "maior aliado" da Europa, apesar das divergências. No entanto, analistas descreveram o documento como "absolutamente maníaco e depressivo" e um "murro no estômago", interpretando-o como um sinal de que os EUA já não se veem como aliados, mas como adversários da Europa.
Esta mudança de paradigma força a Europa a confrontar a sua dependência estratégica e a acelerar o debate sobre a sua própria autonomia em matéria de defesa e segurança.
Em resumoA nova doutrina de segurança dos EUA, ao criticar abertamente as políticas europeias e questionar alianças históricas como a NATO, criou uma crise diplomática com a União Europeia. Líderes europeus rejeitaram a interferência, enquanto a aliança transatlântica enfrenta um período de profunda incerteza e reavaliação estratégica.