O partido no poder, Libre, anunciou que não reconhece os resultados, alegando um "golpe eleitoral" em curso com o apoio dos Estados Unidos.

A contagem de votos foi suspensa na sexta-feira devido a "problemas técnicos", segundo a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Ana Paola Hall.

No momento da interrupção, com 88,02% das atas escrutinadas, o candidato do Partido Nacional (conservador), Nasry Asfura, liderava com 40,19% dos votos, ligeiramente à frente de Salvador Nasralla, do Partido Liberal (conservador), com 39,49%.

A candidata do partido governamental Libre (esquerda), Rixi Moncada, estava num distante terceiro lugar. Marlon Ochoa, conselheiro do CNE em representação do Libre, denunciou uma "operação coordenada entre forças internas do sistema bipartidário e uma interferência estrangeira aliada", numa referência direta ao apoio público do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao candidato conservador Nasry Asfura. Rixi Moncada reforçou as acusações, afirmando que o seu partido "não reconhece as eleições realizadas sob a interferência e coação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", e denunciou a manipulação do código-fonte do sistema de transmissão de resultados.

A candidata apelou à população para sair à rua em protesto contra o que considera uma alteração da "soberania popular".

A situação nas Honduras reflete uma profunda crise de confiança nas instituições democráticas, exacerbada por divisões políticas internas e pela perceção de uma influência externa determinante no desfecho eleitoral.