O documento, que descreve o continente como politicamente fraco e em risco de “apagão civilizacional”, intensificou as tensões diplomáticas entre os aliados históricos. O documento de 33 páginas, divulgado na passada sexta-feira, alerta para o perigo de “extinção civilizacional” da Europa caso se mantenham as “tendências atuais”, criticando as políticas migratórias, a “censura à liberdade de expressão” e a perda de identidades nacionais.
Numa entrevista ao Politico, o Presidente Donald Trump reforçou esta visão, descrevendo a Europa como um conjunto de nações “em decadência”, lideradas por responsáveis “fracos” que “não sabem o que fazer”. Trump recomendou à Europa “muito cuidado” devido a “algumas decisões erradas” em matéria de segurança e imigração.
A nova doutrina americana promete ainda apoiar forças políticas alinhadas com a sua visão, com Trump a citar como exemplo o seu apoio ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
A reação europeia foi imediata e firme.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a Europa não pode aceitar uma “ameaça de interferência” na sua vida política, declarando que “se somos aliados, devemos agir como aliados” e respeitar a soberania mútua.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, embora considerando os EUA o “maior aliado” da Europa, reconheceu a existência de divergências. A porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, também defendeu a liderança europeia, afirmando que os cidadãos estão “orgulhosos dos seus líderes”.
Esta troca de acusações assinala uma rutura significativa na tradicional aliança transatlântica, com Washington a adotar uma postura abertamente crítica e intervencionista, enquanto Bruxelas apela ao respeito e à soberania.













