A escalada incluiu ataques aéreos tailandeses e acusações mútuas de agressão, forçando a deslocação de dezenas de milhares de civis. O exército tailandês lançou ataques aéreos contra posições cambojanas na segunda-feira, justificando a ação como uma retaliação pela morte de um dos seus soldados, atribuída a disparos vindos do Camboja.

Banguecoque afirmou ter como alvo apenas “infraestruturas militares, depósitos de armas, centros de comando e rotas de apoio ao combate”. No entanto, o Camboja acusou a Tailândia de realizar “ataques destrutivos” contra o templo de Ta Krabey, um local de património cultural, e elevou para oito o número de civis mortos.

O líder cambojano Hun Sen prometeu uma resposta militar para “enfraquecer e destruir as forças inimigas”.

A Tailândia, por sua vez, anunciou a morte de mais três soldados e a evacuação de mais de 125.000 civis de zonas fronteiriças, onde foram montados cerca de 500 abrigos temporários. O conflito reacende uma disputa histórica sobre a demarcação da fronteira de mais de 800 quilómetros. Um cessar-fogo anterior, mediado pela Malásia e pressionado pelos EUA, exigia a remoção de armas pesadas da fronteira, mas não foi totalmente implementado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e os Estados Unidos já apelaram a um fim imediato das hostilidades e ao regresso às medidas de pacificação.