A situação na Venezuela continua a ser um foco de tensão internacional, marcada pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à líder da oposição, María Corina Machado, e pela crescente pressão da administração Trump sobre o regime de Nicolás Maduro. A incerteza em torno da presença de Machado na cerimónia em Oslo e as ameaças de intervenção militar dos EUA dominaram as notícias. A conferência de imprensa de María Corina Machado, laureada com o Nobel da Paz, foi cancelada em Oslo, aumentando as dúvidas sobre se conseguiria sair da Venezuela para receber o prémio. A opositora, que vive na clandestinidade há mais de um ano e está sujeita a uma proibição de viajar, enfrenta o risco de ser considerada “fugitiva” caso deixe o país, segundo o procurador-geral venezuelano. A sua assessora, Magalli Meda, garantiu que “não há qualquer possibilidade de María Corina ficar no exílio”.
Em paralelo, a tensão entre os EUA e a Venezuela aumentou.
O Presidente Donald Trump admitiu publicamente não excluir o uso de força militar para derrubar o regime de Maduro, afirmando que está a estudar “discretamente” cenários para uma “mudança de regime”. Esta postura intensificou-se após a morte na prisão do ex-governador e opositor Alfredo Díaz, que Washington classificou como um ato que revela a “natureza vil do regime criminoso” de Maduro.
O Observatório Venezuelano de Prisões acusou o governo de ser responsável pela morte de 25 detidos sob sua custódia, transformando as prisões em “centros de tortura”. O Qatar, que mediou trocas de prisioneiros no passado, mostrou-se disponível para voltar a mediar, caso seja solicitado por ambas as partes.
Em resumoA atribuição do Prémio Nobel da Paz a María Corina Machado coincidiu com um aumento da pressão dos EUA sobre a Venezuela, com Donald Trump a admitir uma intervenção militar. A incerteza sobre a viagem de Machado a Oslo e a morte de um opositor na prisão agravaram a crise, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos.