Esta nova fase diplomática ocorre num contexto de crescente pressão militar russa e de reavaliação estratégica por parte dos aliados ocidentais. O plano de paz impulsionado pela administração de Donald Trump, que exige concessões de Kiev, levou a Ucrânia, com o apoio de líderes europeus de França, Alemanha e Reino Unido, a redigir uma versão revista. A principal concessão ucraniana seria a criação de uma zona desmilitarizada no Donbass, que implicaria uma retirada simultânea de forças russas e ucranianas da linha da frente, com a área a ser supervisionada por uma missão internacional.

Apesar desta abertura, o Presidente Volodymyr Zelensky sublinhou que não tem “nem o direito legal nem o direito moral” para entregar formalmente território ucraniano.

Qualquer acordo sobre o estatuto das regiões orientais teria de ser validado “em eleições ou por referendo”.

Esta flexibilidade surge num momento de grande pressão para Zelensky, cuja imagem pública sofre erosão, com sondagens a indicarem que teria apenas 20% dos votos.

A Casa Branca, por sua vez, mostra-se “extremamente frustrada com ambos os lados” e exige um acordo antes do Natal.

O Kremlin, através do conselheiro Yuri Ushakov, manifestou ceticismo, afirmando que, mesmo com a retirada de tropas, a segurança na zona teria de ser garantida pela Guarda Nacional russa. Enquanto a diplomacia avança, o conflito no terreno não cessa, com ataques de drones russos a deixarem partes de Odessa sem eletricidade e água, e as forças de Moscovo a anunciarem a captura da cidade de Siversk, no Donetsk, o que foi desmentido por Kiev.

A Ucrânia, por sua vez, intensificou os seus ataques a infraestruturas energéticas russas.