Berlim convocou o embaixador russo para prestar esclarecimentos, num sinal claro do agravamento das tensões diplomáticas entre os dois países.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão afirmou que se observa “um aumento significativo das atividades híbridas russas”, com o objetivo de “desestabilizar a Alemanha”.

A operação de desinformação, designada “Storm-1516”, foi identificada como responsável por atividades que visaram influenciar o resultado eleitoral. Esta campanha, que terá realizado 77 operações entre agosto de 2023 e março de 2025, utiliza uma estratégia de construção de narrativas enganadoras em torno de figuras públicas, amplificadas com recurso a inteligência artificial e contas falsas. Além da interferência eleitoral, Berlim atribuiu ao grupo de hackers russo APT28 um ciberataque contra os sistemas de segurança aérea alemães, ocorrido em agosto de 2024. O governo alemão garantiu que está a “monitorizar as ações da Rússia de perto” e que decidirá sobre “novas medidas diplomáticas” em breve.

Esta acusação surge dias após o Reino Unido ter imposto sanções a indivíduos e entidades russas, incluindo o filósofo Alexander Dugin, por envolvimento em campanhas de desinformação, demonstrando uma resposta coordenada de alguns países ocidentais às ações híbridas de Moscovo.