A crise foi desencadeada por um projeto de orçamento que previa aumentos de impostos, o que a oposição e os manifestantes alegaram ser uma manobra para "disfarçar uma corrupção endémica".

Embora o governo tenha retirado a proposta, a contestação não cessou.

Dezenas de milhares de pessoas, maioritariamente jovens, concentraram-se em Sófia e noutras cidades, exigindo a demissão do governo. Os protestos foram organizados pela coligação reformista "Continuamos a mudança – Bulgária democrática" (PP-DB) e visaram também Delyan Peevski, um ex-magnata dos media acusado de corrupção e de exercer influência indevida sobre a justiça e os serviços de segurança. O presidente Rumen Radev apoiou os manifestantes e convocou os principais partidos, o conservador GERB e a coligação liberal PP-DB, para consultas com vista à formação de um novo governo. Caso não consigam formar um executivo, a Constituição prevê a nomeação de um governo interino e a convocação de novas eleições no prazo de dois meses, o que seria o oitavo escrutínio antecipado desde as grandes manifestações de 2020.