A tensão entre a Rússia e o Ocidente intensificou-se na última semana, com os países europeus na fronteira oriental da NATO a elevarem o tom de alerta e a exigirem que a defesa seja uma prioridade imediata. Numa cimeira em Helsínquia, os líderes da Finlândia, Suécia, Polónia e dos países bálticos sublinharam que a Rússia representa uma ameaça contínua, independentemente do desfecho da guerra na Ucrânia. O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, advertiu que, mesmo com um acordo de paz, a Rússia "moverá as suas forças militares" para perto da fronteira finlandesa e do Báltico, tornando-se uma ameaça "hoje, amanhã e num futuro próximo". Esta perceção é partilhada por outros líderes da região, como o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que afirmou que "os russos e a boa vontade são uma contradição" e que a única forma de lidar com Moscovo é através da força e da unidade entre a UE e a NATO.
A declaração conjunta da cimeira apela a um reforço das capacidades de combate terrestre, defesa aérea e proteção de infraestruturas críticas. A escalada de tensões manifestou-se também no campo da liberdade de imprensa, com a Rússia a declarar a radiotelevisão pública alemã Deutsche Welle como "organização indesejável".
A medida foi vista por Berlim como uma prova de que "as autoridades russas temem a informação independente". A Comissão Europeia, por sua vez, propôs que os Estados-membros cessem permanentemente a importação de gás natural liquefeito russo, com o comissário para a Energia, Dan Jørgensen, a declarar que, "mesmo que haja paz, é um não para sempre".
Em resumoOs países do flanco leste da NATO aumentaram a pressão por uma estratégia de defesa mais robusta, considerando a Rússia uma ameaça permanente. A tensão foi exacerbada pela repressão russa contra meios de comunicação ocidentais e pela proposta da UE de cortar definitivamente as importações de gás russo, sinalizando um aprofundamento da rutura com Moscovo.